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quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Um pouco das Malandragens da Rede Globo


Este artigo foi publico no site A Nova Democracia (Um pouco das malandragens de The Globe) Trata-se de uma entrevista com um ex-funcionário da Rede Globo que escreveu dois livros mostrando os bastidores esta organização. O texto está cheio de referências que podem ser checadas e confirmadas...


Roméro da Costa Machado, 56 anos, é autor dos livros Afundação Roberto Marinho e Afundação Roberto Marinho 2. As obras relatam o período de dez anos em que trabalhou nas Organizações Globo, onde chegou ao cargo mais alto de uma fundação, o de controller. Nesta oportunidade, em entrevista a Marcelo Salles, o escritor revela desde crimes comuns praticados pela Globo, como revenda de carros roubados e falsificação de documentos, até a manipulação do noticiário em favor de interesses obscuros, citando literalmente a invenção dos "caras-pintadas".


Roméro é categórico ao confirmar a relação íntima da emissora do Jardim Botânico com os governos ianque e "brasileiro" subserviente aos interesses do FMI. O escritor também adianta histórias de seu novo livro sobre um país fictício, onde um golpe militar só deu certo por conta do esquema de comunicação "visando domesticar e domar a população".


AND - Você está preparando um novo livro?

- Sim. Nele eu conto a história de um país tropical, onde quase toda a costa é de maravilhas, um país naturalmente selvagem e que como toda a América vivia de golpes militares, alternando com vários ditadores. E nesse país o golpe consegue dar certo por conta do esquema de comunicação, porque quando se monta o esquema de dominação de um país, ninguém visa derrubar o presidente nem neutralizar o exército inimigo. A primeira coisa visada é o sistema de comunicação daquele país. Por exemplo, Bagdá. Você só conseguiu ter Bagdá derrubada quando foi tomado o sistema de comunicação da cidade. E, internamente, foi divulgado por rádio, jornal, televisão, por todos os veículos de comunicação, que Bagdá estava tomada. Enquanto não foi tomado o sistema de comunicação, o que se dizia de Bagdá? Que estava em guerra.


AND - Mas, voltando ao país tropical...

- Então, quando foi tentado esse golpe militar, o que aconteceu? Visando domesticar e domar a população, tinha-se que ter controle sobre o sistema de comunicação. Para isso, eles engendraram o quê? Montar o próprio sistema de comunicação deles. Como? Então, eu conto a história de um jornalista medíocre, que não entendia nada de jornal e que nem era jornalista, nem tinha sentado num banco de faculdade, herda um jornal falido do pai chamado O Globo, se associa ao golpe militar imposto pela CIA e enriquece, se transforma no maior empresário daquele país, montando um verdadeiro império de comunicação. Então, qualquer paralelo entre esse país, "El Chaco", e o acontecido no Brasil é mera coincidência. Aí eu conto toda a história que não pode ser contada ou que não deve ser contada com base em documentos, de tudo o que aconteceu de 1964 até os dias de hoje. Você vai rever a guerrilha do Araguaia ou de Sierra Maestra, ou seja lá o que for, do jeito que tinha que ser contado.


AND - É uma história envolvendo o monopólio da imprensa e a Globo, em particular?

- Tudo. Tudo! A Globo era o sistema de comunicação da CIA. Dentro da Globo você tinha Joe Wallack. No Brasil, governando, você tinha Vernon Walters.


AND - O Joe Wallack não era o responsável técnico?

- Ah, era (risos). Tinha um monte de adido cultural também (risos). Você acha que o cara entra no Brasil com o crachá "Agente da CIA"?


AND - Qual era a função do Joe Wallack?

- A função do Joe Wallack era defender os interesses da CIA dentro da Globo. Proteger os investimentos. Ver o que vai e o que não vai ao ar. O que divulga e o que não divulga. Ele era representante técnico do Time-Life.


AND - Então, a programação da Globo é direcionada pelos interesses da agência de inteligência ou de espionagem do USA?

- Sim. Mas, veja bem, a coisa é feita de uma maneira subliminar. Vamos aos dias atuais. Israel matou 55 "terroristas". Quem morre do outro lado é terrorista. "Israel matou" é uma coisa normal. Ninguém vai questionar o parceiro do USA. Mas se um cara se suicida, você não vê um veículo de comunicação perguntando: Por quê? Por que um cara perde a vida, meu Deus? Então, veja bem, é doutrinário que os meios de comunicação se refiram aos adversários de "americanos" como terroristas. No outro lado as notícias são rápidas. Por exemplo, você chama de campo de refugiado, território ocupado. Você já viu algum veículo de comunicação chamar de campo de concentração? O que são os territórios ocupados? São campos de concentração! O que é a base de Guantánamo? O que são os prisioneiros que foram levados pra lá? Então, se você expor um soldado americano, a "mídia" inteira se revolta, dizendo que ele tem direitos humanos. "Convenção de Genebra está sendo violada, porque estão mostrando a cara de um soldado americano...". Mas você prender o presidente de um país e mostrar ele barbado, debilitado e fazer achincalhe com ele é normal. Então, é muito complicado porque as coisas são feitas de modo subliminar. Hoje nós temos um elemento pior do que Hitler, do que Mussolini, pior que tudo o que você possa imaginar, chamado George W. Bush. E, no entanto, ele é considerado democrata. Por que não se diz que o USA tinha transformado Cuba num prostíbulo? Ao invés de você criticar o homem-bomba, você deveria perguntar por que ele está dando a vida pelo país dele. E que se um cara está dando a vida por um país, é impossível dominar esse país.


AND - Você disse que Cuba, no passado, foi transformada num prostíbulo. Quando você vê agora, qualquer veículo da Globo se passar por escandalizado nas areias de Copacabana e mostrar um turista pagando não sei quantos dólares por sexo, ainda mais no Carnaval...

- O turismo sexual foi a coisa mais incentivada pelo USA em todas as republiquetas. Todas as republiquetas que eles domesticaram, que eles incentivaram, tiveram como característica a corrupção, a violação dos direitos humanos e, principalmente, a prostituição em larga escala. Todos os países. Não existe nenhum registro na humanidade de um império tão terrível quanto o império americano. Nem Ghengis Khan, nem Império Romano. Nada se compara. Todos os principais ditadores no século XX estiveram aliados ao USA: Costa e Silva, no Brasil, Jorge Videla, na Argentina, Somoza, Papa-Doc, Noriega... O próprio Osama Bin Laden, que hoje eles tanto repudiam, foi aliado "americano". Olha, o maior comerciante de drogas do mundo era sócio do George Bush pai. Então, tudo isso é feito e ninguém é denunciado, porque as pessoas não sentem medo do gângster bonitinho. Você instintivamente passa a ter ódio do feio.


AND - E sobre a falsificação de documentos da Globo em São Paulo?

- Para a compra de empresas de São Paulo, eles inventaram CPF de pessoas numa época em que nem existia CPF. E os caras apareciam com CPF na procuração. Você quer coisa pior do que o caso que eu denunciei do roubo dos carros? Um colega meu comprou um carro em leilão, um carro da Globo, e quando foi registrar o carro era roubado.


AND - Como foi essa história?

- A coisa começou com a briga da Globo com o Malta, dono da Transengi, que locava todos os carros da Globo. E aí o Malta foi preso em flagrante na operação Mosaico. Ele disse: "Nem adianta me prender porque eu e Boni já cheiramos tudo. Não tem flagrante". E o Hélio Fernandes botou na primeira página da Tribuna da Imprensa a declaração do Malta. E a Globo, o que fez? O Boni mandou cortar o contrato com a Transengi e matou a empresa. Aí o que aconteceu: o Malta não tinha para quem vender aqueles carros. A Globo incorporou grande parte daqueles carros ao patrimônio dela a partir do momento que a Transengi quebrou. Como a vistoria dos carros da Globo nunca passava pelo Detran, o que aconteceu? Ele (Malta) comprou muito carro roubado e os carros eram vistoriados dentro da Globo. O cara chegava lá e regularizava os carros. Só que tinha um problema: quando o carro virava sucata tinha que ser vendido. E foi o que aconteceu. No leilão que a Globo fez dos carros, eles venderam um lote grande de carro roubado e deu azar de vender para um amigo meu uma Caravan, da Globo, com chassis remarcado. Carro roubado. E aí ameaçaram prender esse meu amigo. Paulo Roberto Romano é o nome dele. Aí ele: "Pô, eu compro um carro roubado e ao invés de vocês prenderem o Roberto Marinho, que me vendeu, vocês vão prender a mim? Porque está aqui, ó... Quem me vendeu foi o Roberto Marinho". Resultado: o cara do Detran mandou ele sair de lá. "Some com esse carro daqui porque eu não posso dar parte". Aí ele foi na Delegacia de Roubos e Furtos para dar parte, porque ele comprou um carro roubado. A delegacia expulsou ele, porque não podia dar queixa contra a Globo. Isso parecia um filme italiano chamado "Investigação sobre um cidadão acima de qualquer suspeita". Toda a documentação provando o roubo de carros e nem o Detran, nem a polícia puderam registrar a ocorrência. Lógico, eu tirei xerox de tudo, publiquei na Tribuna da Imprensa... Está nos arquivos da Tribuna. Isso é de domínio público. E aí a Globo foi lá no Paulinho, comprou o carro e mandou destruir.


AND - E sobre a administração PT, em relação ao monopólio das comunicações?

- A sociedade aceita que os seus representantes façam as mudanças. Ou seja, a hipocrisia da classe dominante e da classe média tolera que seu representante, Collor, promova a mudança. Mas não o pé-rapado. Se um pé-rapado como o Lula fizer, derrubam ele. E como ele sabe que derruba, o que ele fez? Ele lutou para chegar no poder. Agora ele é simplesmente uma marionete do sistema americano. A primeira pessoa que ele foi tomar benção foi o Bush. Hoje o Brasil é um modelo mundial de uma nação serva, subserviente, submissa aos interesses do FMI. Nós fazemos tudo exatamente conforme manda o FMI. O Lula jamais fará qualquer reforma profunda no país. O próprio Figueiredo teve a coragem de dizer que a CIA mandava no Brasil. Declarou: "Eu não posso fazer nada, porque se eu fizer a CIA me derruba". Está na Veja, na Istoé, no Globo, tudo que era jornal da época. Ele declarou isso. Se você quiser saber mais sobre a CIA, pesquise o governo Figueiredo. Procura sobre Figueiredo, você vai encontrar não só isso, como uma série de coisas que ele não podia fazer.


AND - Como que esse dinheiro chega na mídia?

- Anúncio! Existe convênio com a Fundação Roberto Marinho, anúncio na Rede Globo. O Sebrae anuncia... Você já ouviu alguém dizer: "O Sebrae anuncia no Jornal Nacional, às 8 horas da noite e paga R$ 5 milhões por semana"? A troco de quê? O Sebrae mantém um jornal no domingo na Globo a troco de quê? É dinheiro do povo. Puxa, os anúncios de Caixa Econômica vieram de quem? Banco do Brasil, Petrobrás?


AND - E quais os reflexos disso?

- Por exemplo, sobre a questão do Oriente Médio. A Globo se refere ao "representante da Autoridade Palestina". Não é presidente. Porque isso faz parte da hipocrisia da informação. Isso faz parte do subliminar. É para ninguém jamais enxergar o representante do mundo árabe ou do povo palestino como presidente. Ele é o representante da Autoridade. Ele não é nem a autoridade. Existe coisa pior que a Globo mostrar receita de morte e justificar como e porque os judeus podiam e deveriam matar o representante da Autoridade Palestina? Eles anunciaram prêmio de morte: "Olha, tem tanto para matar fulano"!!. O USA montou um baralho para as figuras serem capturadas com prêmio. E o Brasil anunciou isso tranquilamente. Pergunta por que a Globo se refere aos campos de concentração judaicos como território ocupado? Por que chama Guantánamo de base americana, se aquilo é uma prisão de árabe? Todos os árabes presos no Oriente Médio estão lá. Se você for pegar nos dias atuais, é só ver quem são os heróis e os vilões americanos. Bin Laden é vilão? É! Virou a partir de quando? Antes ou depois do Afeganistão? Noriega é vilão? Ou mocinho? Antes ou depois da prisão dele por se rebelar contra o golpe e a dominação americana? Não houve pedaço do mundo onde as patas do USA não estiveram presentes. Na América do Sul: Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Bolívia. Se você for pegar as Américas todas, a Europa, a Ásia, não tem lugar, não existe. Então, é um esquema de dominação terrível.


AND - Essa administração petista está disposta a...

- Não é questão de estar disposta. Ele não vai fazer porque nem mesmo tem peito de dizer como o Figueiredo: "Olha, a CIA não deixa". Então, esse também finge que governa e a gente finge que acredita.


AND - Você lembra da história de que o Luiz Inácio, com imagem feita pelo monopólio de imprensa, era pau-mandado do Golbery?

- Ué! Quer coisa pior que as greves armadas pelos patrões e que ele participava disso? Que era com ele que as coisas eram armadas? Os patrões queriam aumentar os preços, então "Pô, vamos montar uma greve". Aí, eles montavam a greve, davam 10% de aumento e aumentavam em 20% o preço do produto. A greve era feita pelos patrões, de acordo com o sindicato. O sindicato teve conquista? Teve. O sindicato é importante? É. Eu me iludi, eu cobrei, durante muito tempo.


AND - Como que é o nível da relação da Globo com o Ministério das Comunicações, de uma forma geral?

- Se você olhar meu livro, desde 1964 a Globo nomeia, comanda e controla dois ministérios: o Ministério das Comunicações e o da Educação. Por quê? O Ministério das Comunicações pra poder obter as vantagens das concessões de novos canais e controlar a concessão dos canais que vão para terceiros, impedindo que canais parem nas mãos de adversários políticos da Globo.


AND - A repórter Cristina Guimarães, ex-funcionária da TV Globo, disse que uma das principais razões para a queda do Collor foi o fato de ele ter trocado o ministro das Comunicações, desagradando o Roberto Marinho.

- Não necessariamente. Isso foi uma das coisas, mas o principal motivo foi o Roberto Marinho descobrir que o Collor tinha armado um esquema de comunicação maior que a Globo para ele.


AND - Ele ia comprar a CNT, né?

- A partir da Gazeta de Alagoas - que seria o jornal O Globo - e da TV que ele tem lá, ele iria montar uma cabeça de rede em São Paulo e outra no Rio e esparramar pelo Brasil inteiro. Ia ter uma rede maior e mais poderosa que a Globo. Quando o Roberto Marinho descobriu... Acabou. Não esqueça que quem comandava a TV Globo São Paulo chamava-se Leopoldo Collor de Melo, irmão mais velho do Collor.


AND - E o episódio dos caras-pintadas?

- Nunca existiram caras-pintadas. Os estudantes foram às ruas para pleitear ingressos de meia-entrada junto ao, na época, vereador Édson Santos. E aí, com aquele bando de alunos na rua, foi dado tinta verde e amarela para eles se pintarem. E a Globo tirou uma fotografia fechadinha de uns 10, 15 caras, que pareciam uma multidão. Não tinha nenhuma foto de campo aberto. No Jornal Nacional aquilo foi repicado como se fossem milhões de pessoas. Estudante dando declaração, isso, aquilo... E a Globo montou os caras-pintadas. O simplório Collor pediu para todo mundo vestir amarelo e aí vestiram preto no dia seguinte por conta do que a Globo montou e inventou a partir de um protesto de meia-entrada dos estudantes. Essa história você jamais vai ver contada em qualquer meio de comunicação.


AND - Quem liderou essa campanha para todo mundo se vestir de preto?

- O Collor pediu pra todo mundo se vestir de amarelo. A Globo sugestionou para que fosse feito ao contrário e mostrou os caras-pintadas que não tinham nada a ver. Era um bando de estudante que estava na rua pedindo ingresso de meia-entrada. E aí inventaram o rei dos caras-pintadas, um "Xuxo", que saiu no programa da Xuxa, em todos os meios de comunicação, o Lindbergh Farias, começou a dar explicação. O cara que era um presidente que ninguém conhecia de um sindicato que não tinha mais nenhuma atuação e viu a possibilidade de se transformar num líder político e, principalmente, num deputado federal com uma votação expressiva como realmente ele teve, ele embarcou naquela canoa. Foi a salvação da vida dele.


AND - A Globo, então, disse que aqueles caras estavam pedindo impeachment?

- É...Foi uma Diretas-Já às avessas, ao contrário...


AND - E qual foi a participação do Ministério das Comunicações nisso?

- Ele é apenas um desdobramento disso tudo. Mas o ministério não foi nem de perto o motivo principal. O motivo principal foi o corte que o Collor fez nas verbas de comunicação, porque a Globo vive de dinheiro do governo. A Globo é a maior "estatal" do Brasil. Mais de 80% da verba da Globo vem do governo. Caixa Econômica, Banco do Brasil, Petrobrás, Exército, Marinha, Aeronáutica...

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Comando Delta

Em março do ano de 2000 a Revista Caros Amigos lançou uma entrevista com o presidente da Associação Brasileira dos Agentes da Polícia Federal, O Sr Francisco Carlos Garisto que na entrevista surge uma pergunta por um suposto Comando Delta.

Esse Comando Delta seria uma Entidade não-Oficial que atua no Controle Total do sistema Brasileiro!

Em menos de algumas semanas que essa revista foi as bancas ela foi subitamente extraída de todas as bancas de jornal.

Veja um trecho dessa entrevista:

Sérgio de Souza - O que é o Comando Delta?

Garisto - O Comando Delta é a fábrica de presidentes, é o que comanda o sistema brasileiro, que fez a reunião para escolher o Fernando Henrique, que já deve estar fazendo reunião para convidar outro.

João de Barros - Quem faz parte desse Comando?

Garisto - Ah, esse comando é florido! Não vou entrar nessa, que essa eu não posso.

Sérgio de Souza - Não precisa dizer os nomes, só os cargos, ou de que áreas.

Garisto - De todas. De médico a político, a tudo. Eles se reúnem e não existe uma coisa planejada. O camarada, por exemplo, é dono de uma escola e está faturando milhões, se entrar o Lula: "Aí ele vai me ferrar, estou ganhando 100 milhões por ano...".

Quase todos - Di Genio?

Garisto - Vocês que estão falando. Aí tem, por exemplo, um banqueiro — quero ver vocês falarem agora.

Wagner Nabuco - Tem muitos.

Garisto - Aí você tem o sistema bancário, por exemplo, e os caras faturando um bi por ano, você pega o último balanço do banco e ele passa a ser o primeiro — estou dando dica pra caramba —, aí você vê um cara desses correr risco de entrar um maluco qualquer na presidência da República; não é aquele conluio de conspiração para matar o Kennedy, mas é aquela coisa que você se organiza para manter o status quo: "Vem cá, meu irmão, o que vamos fazer?" E eles chamam de Comando Delta: "Não está na hora de reunir o Comando, não?" Então, eles chamam um, chamam o outro, se reúnem.

Wagner Nabuco - Tem um secretário?

Garisto - Não tem secretário, nem presidente, não é conspiração, é informal, cuidam dos interesses deles com as armas que têm: grana!

João de Barros - Mas é palaciano?

Garisto - É pré-palaciano. E depois levam o resultado. Então, você reúne a empreiteira que faturou não sei quantos milhões, o banqueiro que ganha não sei quantos milhões, e aí você tem que eleger uma pessoa para comandar os trabalhos, como na maçonaria tem o grão-mestre, aquelas coisas.

Verena Glass - Tem consultor externo?

Garisto - Tem de tudo. Hoje, você está conversando, amanhã os caras estão entregando. Uma vez dei uma entrevista na televisão e falei: "O Comando Delta acaba escolhendo um presidente aí". Só falei isso, e a entrevistadora, na hora: "Quem é o Comando Delta?" Eu: "As pessoas ‘de bem’ do país, pessoas que comandam a economia, o mercado". Rapaz, deu um bode desgraçado! Ela me ligou depois de dois dias e disse: "Garisto, o que tem de gente ligando querendo saber do Comando Delta". Falei: "Isso é coisa do Chuck Norris, Comando Delta 2, 3, pára com isso! Tô fora, porque eles são muito fortes". São unidos, ricos e inteligentes. Aquela operação toda feita no seqüestro do Diniz, organizado, bonitinho, vocês da mídia são os donos dela através do representante maior de vocês — daqui a pouco estou falando o nome, que já ganhou a segunda tartaruga agora. Ele ganhou a segunda tartaruga porque a outra morreu. (risos)

Sérgio de Souza - Ficou para trás aquela história do golpe de Estado.

Garisto - O golpe que não houve. Estávamos fazendo uma greve e eu estava comandando, era presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais...

Sérgio de Souza - Que ano era isso?

Garisto - 1994. Aí tem nome, e eu dou porque falei pra eles que ia escrever um livro e eles falaram que podia botar, então está liberado: é o Moroni Torgan e o deputado federal Luciano Pizzatto, que estão na ativa ainda. O Luciano Pizzatto, na época, era presidente da Comissão de Segurança Nacional da Câmara, muito ligado aos militares. E o Moroni era líder do governo do Itamar. É meu amigo particular, já o conhecia desde aquela época. Aí estávamos comandando aquela greve e dez dias, quinze dias, a Veja deu capa, a IstoÉ deu capa. A Veja deu: "Baderneiros ameaçam autoridade do governo". E o distintivo da Polícia Federal. A IstoÉ deu: "Rebelião dos tiras".. E o distintivo da Polícia Federal. E aí fui no Jô, fui em tudo quanto é canto por conta da greve. O que queríamos? Queríamos o mesmo salário que a Polícia Civil do Distrito Federal recebia. Porque tinha a lei 7.702 que dizia: "Policial federal tem que ganhar igual a policial civil". E não estavam cumprindo. Você é um policial, obriga todo mundo a cumprir a lei e não cumprem pro policial, então fomos pra greve. E aí todos os Estados entraram em greve, dez dias, vinte, trinta, quarenta, cinqüenta dias. "Como é que vamos acabar essa greve?" Aí eles queriam assumir — eles, vou dar nomes —, queriam assumir o controle da Polícia Federal. Os militares, as viúvas do SNI querem o controle da Polícia Federal porque é o instituto legal que detém hoje as coisas que têm que ser feitas no país: Collor, PC, agora esses deputados todos aí, você vê que rola tudo na Federal. E os militares tiveram o comando da Polícia Federal desde a sua criação. Ela foi criada pra ser um braço civil deles. E botaram lá o general Bandeira, o coronel Moacir Coelho, depois o coronel Araripe. O primeiro civil foi o Romeu Tuma, que era superintendente da Polícia Federal em São Paulo, colocado pelo senhor Georges Gazale, que era amigo pessoal do Figueiredo. "Ah! O primeiro civil." Civil com aspas, né? Porque o Tuma não é propriamente um civil: era chefe do DOPS. Comandou aquilo tudo, mas passou como bonzinho, os amigos que trabalharam com ele foram quase todos execrados na mídia pelas merdas que fizeram e depois foram abandonados pelo chefe.

Sérgio de Souza - Dizem até que ele acabou com a tortura nos porões.

Garisto - Isso é brincadeira! Você levanta os caras que sumiram na época em que ele era diretor do DOPS. Porque quem comandava a tortura era o Fleury, não era ele. Só que ele sabia, o Fleury não fazia nada sem ele. E, é lógico, ele passou incólume, sorte dele, é inteligente, estamos em outra época e ninguém quer caçar defunto. Aí o que acontece? O Tuma manteve o mesmo controle, passava as informações todas pros milicos. Os milicos: "Fulano não quer aprovar a compra dos tanques, quem é ele?" "Eu vou levantar." É assim que se processavam as coisas. Aquele maldito tráfico de influência que se operava através da Polícia Federal. Mas ela foi crescendo num processo de democratização, culminando com a indicação: "Agora não pode mais colocar um militar, porque o período não está permitindo mais, a Polícia Federal cresceu, está investigando índio, terra, tudo, vamos colocar um civil". Aí bota o Galdino, de formação igualzinha à do Tuma. O Galdino foi acusado de tortura. O livro Brasil! Nunca Mais tem o nome do Galdino. E ele foi colocado de diretor, quer dizer, a mesma coisa. E se reportava aos milicos daqui e de lá. Aí coloca um outro ligado, mais um outro ligado, aí vem passando, você chega no Chelloti. O Chelloti coloca uma mentalidade nova e não dá bola para os milicos. Aí os milicos tinham que derrubar o Chelloti, certo? E vem o coronel Wilson Brandi Romão, que foi chefe da Conab e foi acusado de um enorme prejuízo na Conab, deixou apodrecer feijão, aquele negócio todo. Como prêmio por ter dado um prejuízo de 50 milhões à Conab, ele foi assumir a Polícia Federal. Assumiu para acabar com a indisciplina do sindicato, que estava ameaçando greve: "Vamos botar um coronel de novo, que a disciplina está sendo quebrada, está sendo rompida. O Tuma não tem mais autoridade e nem o Galdino, vamos botar o coronel".

"O Comando Delta é a fábrica de presidentes, é o que comanda o sistema brasileiro, que faz a reunião para escolher FHC, que já deve estar fazendo reunião pra convidar outro."

A banda Planet Hemp após essa entrevista lançou uma musica chamada Procedência C.D, onde eles mostram realmente como que funciona o sistema no Brasil, principalmente o Eleitoral.

Planet Hemp - Procedência C.d
Formigão

Vem ver um novo parque de diversão

Andar em brinquedos q aumentam a percepção

Visão privilegiada, aumento da consciência,

E o nome disso aqui é: Pergunte a Procedência:

Dinheiro do patrão,

Armas e Munição,

Tortura da Programação,

Concessão de Rádio e Televisão

Pergunte a Procedência do aumento da condução,

Pergunte a Procedência do aumento do mercado,

Pergunte a Procedência dos juros extorcivos,

Pergunte a Procedência das séries de inflação,

Certeza de uma punição

Filho da Puta que comprou a eleição

Tá abusando minha nação!

Imobilidade NACIONAL

De acordo com o Presidente da Associação Brasileira

dos Agentes da Polícia Federal, uma entidade

não-oficial denominada COMANDO DELTA atua no controle

total do sistema brasileiro,

Eles inclusive realizaram uma reunião para a escolha

de Fernando Henrique Cardoso, ELE MESMO, Fernando

Henrique Cardoso!,

Esta entidade é formada pelos grandes donos de redes

de TV, Rádio, Indústria Farmacêutica, empresários,

entre outras áreas de influências,

Que se perguntados sobre o assunto, negarão até o fim

a sua existência.